Nota: O seguinte artigo irá ajudá-lo com: Android vs iOS: quão diferente é o gerenciamento de RAM?
Enquanto o Google Pixel XL, o Samsung Galaxy S7 e o Asus Zenfone 3 possuem versões com 4 GB de RAM, o iPhone 7 foi lançado em outubro de 2016 com apenas 2 GB de RAM (3 GB no iPhone 7 Plus). Isso levanta a questão de como os smartphones, que custam em torno do mesmo preço ou às vezes até mais caros que um iPhone, podem oferecer praticamente o mesmo desempenho com características de hardware tão distintas. Isso, de fato, apoia a ideia de que a plataforma iOS é uma plataforma mais otimizada que o Android. No entanto, não é exatamente assim que a história acontece.
O que é RAM?
Antes de prosseguir, precisamos definir exatamente o que é RAM e o que ela faz. RAM (Random Access Memory) é um tipo de tecnologia que a arquivos armazenados em seu computador ou smartphone. Ao contrário da memória do disco rígido, a RAM não armazena conteúdo permanentemente. No entanto, ele é responsável pela leitura do conteúdo quando o sistema precisa. Quanto mais RAM um dispositivo tiver, mais capacidade de trabalho ele terá – mas não necessariamente mais velocidade.
Como os smartphones são dispositivos com tamanho limitado, há uma pequena diferença entre como a RAM é usada neles e como ela é usada nos computadores. Em última análise, o objetivo geral é basicamente o mesmo: entregar instruções e dados ao processador para que possam ser processados, reduzir o tempo de carregamento e nos permitir ar de um aplicativo para outro rapidamente e sem problemas.
Finalmente, a RAM não deve ser confundida com a capacidade de armazenamento de um telefone. O armazenamento interno e externo sempre será maior que a RAM, algo como 16, 32, 64 e 128 GB. Atualmente, smartphones como o Zenfone 3 Deluxe podem vir com até 6 GB de RAM.
Android vs iOS: quão diferente é o gerenciamento de RAM?
Para facilitar o entendimento do gerenciamento de RAM do Android, vou usar a explicação dada por Gary Sims (vídeo aqui), o editor do Android Authority. Em um vídeo recente, Gary usou um Nexus 5X (2 GB de RAM + a versão mais recente do Android) e um iPhone 7 (2 GB de RAM + a versão mais recente do iOS) para mostrar as semelhanças e diferenças entre o gerenciamento de RAM em cada um dos os sistemas operacionais.
A primeira coisa que ele descobriu foi que, ao reiniciar os dois dispositivos, o iPhone 7 usava mais memória RAM do que o Nexus 5X. Isso efetivamente refuta o mito de que “o Android usa mais memória do que o iOS”. Para entender o que isso significa exatamente, preciso explicar o que é “RAM livre”.
O que significa RAM livre?
Segundo Gary, no ado os computadores destinavam uma parte de sua memória RAM apenas para o sistema operacional e outra para executar programas e dados. Hoje, as coisas são um pouco mais complicadas graças à multitarefa e à memória virtual. A última dessas duas coisas permite que cada programa (ou aplicativo) seja executado em seu próprio espaço virtual. No caso do Android e iOS, parte da memória ainda é entregue ao sistema, mas a outra é dividida para ser utilizada por cada aplicativo. Portanto, qualquer RAM que não esteja sendo usada é gratuita.
No entanto, RAM livre não significa necessariamente eficiência. Na verdade, é bem o contrário. Um bom sistema operacional não tem RAM livre, mas RAM disponível. Ele sabe como gerenciar sua RAM para coisas como armazenamento em cache quando você reutiliza um aplicativo, ele será aberto rapidamente na última tela em que você estava. Isso não significa que ele não tenha memória livre, o que por si só não tem sentido, já que o sistema sempre usará RAM para realocar os dados. Essa eficiência é vista tanto no iOS quanto no Android.
Voltando à comparação entre o uso de RAM no Android e no iOS, após reiniciar os aparelhos o iPhone 7 tinha 730 MB de memória disponível enquanto o Nexus 5X ainda tinha 840 MB do total de 2 GB.
Android vs iOS: uso de RAM executando os mesmos aplicativos
Outro teste procurou mostrar o desempenho da RAM nos dois sistemas que executam o mesmo aplicativo. Olhando para o resultado, existe uma diferença de uso de memória RAM por apps desenvolvidos para Android, mas não justifica, por exemplo, a enorme disparidade entre a quantidade de memória RAM do iPhone 7 e do Zenfone 3 Deluxe, que pode chegar a 4GB.

É importante destacar aqui que os aplicativos desenvolvidos para iOS têm metade do tamanho dos desenvolvidos para Android.
No entanto, a maneira como o Google e a Apple lidam com os aplicativos – desde a maneira como são feitos até como se comportam em segundo plano – torna isso uma questão muito mais complicada do que avaliar qual deles usa mais RAM.
Por exemplo, os aplicativos Android são mais gratuitos. Ou seja, eles podem ar serviços ou realizar pós-processamento em segundo plano. Por um lado, isso é uma coisa boa, mas por outro é terrível para o usuário, pois ele precisa avaliar se um aplicativo é mais uma ajuda ou um obstáculo enquanto está instalado em seu dispositivo. A Apple tem uma estratégia muito mais controlada a esse respeito, pois pode escolher se um aplicativo pode fazer algo ou não quando está sendo executado em segundo plano.
Tudo isso me leva ao último ponto destacado pelo Android Authority:
Android vs iOS: duas tecnologias eficientes de gerenciamento de RAM
Basicamente, o uso e gerenciamento de RAM em ambos os sistemas operacionais é bastante semelhante e eficiente. A única grande diferença entre esses dois é como cada plataforma decide gerenciar o comportamento do aplicativo em segundo plano. Com uma análise ainda mais profunda, é possível ver como essas duas experiências diferem.
Já o sistema operacional Android (baseado em Linux) opta por interromper a execução de aplicativos em segundo plano quando a memória disponível acaba para liberar espaço para um novo aplicativo. O iOS, por outro lado, pode extrair mais dados de aplicativos executados em segundo plano em comparação com o Android no nível do sistema. Isso significa que, no final, a Apple permite que você carregue mais aplicativos até terminar com eles.
Não entrarei em detalhes técnicos desse processo, mas usarei o exemplo de Gary para identificar como o Android abre um aplicativo até a última tela mesmo depois de encerrado: se o navegador estiver fechado, quando for reiniciado a última página em que você estava será exibido. Isso ocorre porque o sistema salva a URL, não a página real. Isso acontece porque o Android possui um mecanismo que envia um aviso aos aplicativos executados em segundo plano para salvar as informações mais importantes porque a RAM está sob estresse e o aplicativo será fechado. Isso significa que o aplicativo mantém apenas o que é extremamente importante e carrega a mesma “imagem” no futuro.

Dessa forma, o Google e outros fabricantes sempre optarão por mais memória RAM em seus dispositivos como alternativa para manter os processos funcionando com eficiência sem precisar encerrá-los o tempo todo. Se dermos uma olhada no mercado de smartphones Android, podemos ver a evidência disso. A Apple agora tem uma solução baseada em software que é, em suma, menos dependente de hardware. Ambos os sistemas usam maneiras diferentes, mas igualmente inteligentes, de lidar com as mesmas limitações.
Honestamente, eu só tive problemas de gerenciamento de RAM em meus dispositivos algumas vezes. No entanto, é claro que ter mais RAM em um dispositivo o torna mais caro, com algumas exceções, como o Zenfone 3 ou o LG G4.
Para obter a explicação completa sobre este tópico por Gary Sims, clique aqui. Divirta-se!
Qual dessas soluções faz mais sentido na experiência do usuário? Deixe-nos saber nos comentários abaixo.