“Bright” é uma história ambientada em uma realidade alternativa, na qual outras raças vivem ao lado de pessoas – orcs, elfos e fadas. Dois policiais de Los Angeles – Scott Ward (Will Smith) e Nick Jakoby (Joel Edgerton) inesperadamente se encontram na posse de um artefato desejado por todos. O diretor do filme é David Ayer e o escritor é Max Landis. David Ayer, Eric Newman e Bryan Unkeless são os responsáveis pela produção.
“Bright” também contou com Noomi Rapace, Lucy Fry, Edgar Ramirez, Ike Barinholtz, Enrique Murciano, Jay Hernandez, Andrea Navedo, Veronica Ngo, Alex Meraz, Margaret Cho, Brad William Henke, Dawn Olivieri e Kenneth Choi.
Bright foi lançado para visualizadores da Netflix em todo o mundo em 22 de dezembro de 2017. A produção acabou sendo um sucesso comercial – foi exibida 11 milhões de vezes nos primeiros três dias após sua estréia. A Netflix decidiu continuar “Bright”, mas o diretor David Ayer será o responsável pelo roteiro, em vez de Max Landis.
O filme foi criticado por um grande número de críticos e espectadores. A produção foi acusada de, entre outros, roteiro e direção pobres ou um excesso de simplificações e tópicos.
Quando solicitados a avaliar o filme, os especialistas apontam que, embora “Bright” não seja uma produção de alto nível, vale a pena reconhecer que a Netflix decidiu produzi-lo.
– “Bright” é um o na direção certa. Simples, não tentando rasgar a produção séria – Andrzej Tucholski, um criador de internet, diz ao nosso portal. – Honestamente falando, eu sentia falta dos filmes de ação direto dos anos noventa. Aquelas em que dois policiais sentam-se no carro conversando entre si com falas engraçadas, e o espectador sabe que está “esperando” pela próxima cena enérgica que pode ou não fazer muito sentido. É improvável que a coisa toda seja escrita em letras de ouro na história do cinema mundial, mas a noite é ada com isso de uma forma excepcionalmente agradável. Estou esperando por um enredo mais refinado, uma sequência mais consistente – ite Tucholski.
Segundo Grzegorz Barański, um dos apresentadores do canal Tylko Kino na YouTube, as duas maiores deficiências da produção da Netflix são o roteiro e a direção. O criador também critica a forma como o mundo do filme é mostrado.
– “Bright” é uma experiência interessante e um lance de luva ousado para produtores de filmes tradicionais no campo dos sucessos de bilheteria. Infelizmente, o filme falha no nível de direção e em termos de roteiro. Cenas de ação, que são poucas para um filme do gênero, clamam ao céu por vingança – são muito sombrias e caóticas. O personagem principal interpretado por Will Smith é um personagem difícil de gostar. O mesmo se aplica ao mundo retratado no filme: prometem-nos variedade e riqueza, em vez disso, após 10 minutos, ficamos com tédio e vazio. Bright é uma produção excepcionalmente equivocada que deve chamar a atenção da istração da Netflix para o fato de que escolher o diretor e o roteirista certos é a chave para o sucesso – comenta Grzegorz Barański.
Krzysztof Ceran, que hospeda o podcast Myszmasz no Podsłuchane.pl, aponta para o mesmo problema.
– A ideia de apresentar o mundo moderno, onde outros gêneros conhecidos de obras de fantasia convivem ao lado das pessoas, é uma novidade no cinema. Este tópico foi tratado muitas vezes em outras mídias (uma das associações mais populares é a série de RPG e jogos de computador “Shadowrun”), mas nunca houve um filme de ação de alto orçamento que oferecesse aos espectadores tal coisa. Acontece que acaba com a novidade. Além de mostrar aos espectadores “orcs no gueto”, “Bright” não faz ideia desse mundo. Elfos, orcs, centauros e quem sabe quais outras criaturas sempre viveram entre os humanos, mas sua Los Angeles é indistinguível da nossa. A história deles parece ter acabado a mesma, mencionamos o Álamo. A cultura pop deles parece a mesma, nós temos o já mencionado “Shrek”. Sim, em uma piada “música orcs” é mencionada – que simplesmente soa como um dos “nossos” subgêneros da música metal, então aqui os criadores não mostraram nenhuma invenção – comenta Krzysztof Ceran para o portal Wirtualnemedia.pl.
“Orcs no gueto”
Algumas resenhas também destacam a apresentação metafórica do racismo em Bright. Segundo Krzysztof Ceran, esse procedimento foi realizado de maneira muito superficial, o que prejudica a recepção de todo o filme.
– A metáfora principal termina com “orcs no gueto”. “Bright” nos mostra repetidamente aquele truque que ele tem em seu repertório – os orcs são apresentados da maneira como o cinema costuma retratar os negros. Orcs – gangsters, orcs – vítimas da violência policial, orcs discriminados no serviço policial. Só que o filme não tem nada a dizer sobre isso. Ele transformou afro-americanos em orcs – e é isso. E ainda, com Will Smith em primeiro plano, você poderia ir além, mostrar a situação da minoria negra e contrastá-la com a discriminação dos orcs. Mas em Bright, o policial negro é apenas um observador ivo de toda essa discriminação. Isso significa que, parafraseando Terry Pratchett, o problema do racismo desaparece no momento em que você pode ser um especista? Ceran se pergunta.
O apresentador do podcast, Myszmasz, aponta para “Bright” também fortes deficiências de produção – principalmente em cenas de ação.
– Muitas cenas de ação são tão sombrias que muitas vezes eu não tinha ideia do que realmente estava acontecendo. “Bright” é um bom filme de ação? Não posso responder a isso porque não fui capaz de ver. Portanto, provavelmente não é – comenta Krzysztof Ceran.
A plataforma Netflix pretende ar este ano em suas próprias produções 8 bilhões de dólares. Já tem mais de 109 milhões de usuários em todo o mundo.