Durante a quarta edição do #CADEdigital, foi realizada a sessão “Como capitalizar dados”, com o objetivo de compartilhar a experiência de boa gestão e governança de dados e mostrar resultados tangíveis e intangíveis do seu uso estratégico em um ambiente real. Luz Fernández (Espanha), Diretora Geral da Aporta (Breca Impacto Social); e Carlos Zuzunaga (Peru), Líder de Transformação Digital e Análise Avançada da Alicorp. Jorge Montenegro (Peru), Gerente Comercial da Synopsis, liderou a realização desta exposição.
No início de sua apresentação, Luz Fernández explicou que, embora muitas vezes haja a ideia de que os dados servem apenas para gerar valor econômico, existem muitas mais alternativas para poder aproveitá-los na gestão de uma organização. “Produzimos dados constantemente, mas também somos cada vez mais capazes de processá-los. Isso causa a necessidade de uma mudança de mentalidade para um orientado por dados – estrategista de dados- a partir do qual podemos treinar e entender melhor o nosso mercado ”, explicou.
Acrescentou que, a nível corporativo, o tratamento dos dados também dá a oportunidade de pensar sobre a lacuna laboral que poderia ser colmatada se fosse implementada uma estratégia de formação para os mais jovens na carreira. ciência de dados. Para fazer isso, ele indicou que “Não se trata apenas de saber aprendizado de máquina ou análises avançadas, mas também – e, sobretudo – desenvolver uma mentalidade com inteligência emocional para usar o nosso pensamento crítico que nos obriga a agir com ética ”, disse Fernández.
Do ponto de vista social, a especialista Luz Fernández disse que os dados permitiriam inclusive detectar as tendências trabalhistas futuras, nos envolver em planos de planejamento urbano e até digitalizar projetos para que cheguem a todas as famílias peruanas.
Por sua vez, Carlos Zuzunaga complementou esta sessão explicando que a digitalização é uma tendência e os mecanismos para a implementar. “A tarefa, na verdade, tem muitas arestas; desde como valorizar o capital humano com dados até pensar em como descobrir as necessidades dos consumidores ou clientes que nos podem levar à criação de um novo negócio ”, explicou.
Ambos os expositores consideraram necessário contemplar como são tomadas as decisões com foco no cliente, sobretudo tendo em vista a construção de uma mente ágil onde todos possam contribuir para a criação de valor para o usuário.
Para isso, deve-se estimular a formação de equipes multidisciplinares, voltadas para o cumprimento de uma missão clara, onde o papel de liderança recaia sobre o de facilitador. “Por estarmos mais próximos dos dados, temos equipes que se apaixonam pelos problemas e suas soluções”, argumentou Carlos Zuzunaga ao enfatizar como a transformação digital agiliza o processo organizacional, o que significa que todos podem testemunhar a mudança.
Para encerrar, eles resgataram que o importante é ver o impacto da digitalização em outras empresas antes de se apressar em formular propostas de valor. “Saber o que move uma organização é importante e também quais são os dados mínimos para ela”, disse Carlos Zuzunaga. Por sua vez, Luz Fernández disse que para isso também é necessário dominar os conhecimentos sobre o setor ou os clientes, “Tudo isto está relacionado com a empatia, para se adaptar e ser flexível. Você pode ter alguém especialista em ciência de dados na equipe, mas se precisam desenvolver soft skills, o projeto é inútil ”, alegou Luz Fernández.
Em conclusão, Jorge Montenegro reiterou que o caminho deve ser orientado para a formação de profissionais cujas competências se relacionem com as necessidades dos utilizadores.
FACTO
A quarta edição do #CADEdigital continua nesta quarta-feira, dia 12 de maio pela manhã: Às 8: 30 será realizada a sessão Ecossistemas Digitais e Inovação, por Bruna Braga (Brasil), Chefe de Alianças do MIT Solve. E então em 9: 15h será realizada a mostra Competências Digitais para enfrentar um futuro incerto, do Dr. Cristóbal Cobo (Chile), Especialista em Educação, Autor do livro “Aceito as Condições”