– Astroturfing, ou seja, comprar opiniões lisonjeiras, é um fenômeno cada vez mais encontrado no mercado polonês. A Internet está repleta de ofertas de vários empresários que pretendem prestar os seus serviços desta forma. Tal ação pode ser classificada como uma prática de mercado desleal. Ela decorre diretamente das disposições da Lei de Combate às Práticas Desleais de Mercado – enfatiza Joanna Affre, advogada e sócia-gerente da Affre i Wspólnicy.
Astroturfing, ou colocar grama artificial em inglês, é fazer campanhas que fingem ser as opiniões de consumidores comuns. Cada vez mais empresas e agências, também na Polónia, oferecem aos empresários que introduzem um produto no mercado ou que desejam melhorar a sua percepção, criando uma atmosfera positiva em torno do produto ou serviço. De acordo com alguns pesquisadores, o problema é grande e até mesmo várias dezenas por cento de todas as opiniões na Internet são falsas.
– ar-se por consumidor quando você não é consumidor e inserir comentários em produtos ou serviços, disseminando comentários favoráveis sobre você ou desfavoráveis sobre a concorrência por parte de empresários, sempre engana os consumidores. Eles obtêm informações falsas e fingem que a autenticidade de um determinado fenômeno é criada para eles. Esta ação pode ser classificada como uma prática de mercado desleal. Então o presidente do Escritório de Concorrência e Defesa do Consumidor pode entrar no jogo – explica Joanna Affre.
De acordo com as disposições da Lei de Combate a Práticas Desleais de Mercado e da Lei de Concorrência e Defesa do Consumidor, o Presidente da UOKiK tem o direito de lutar contra tais ações. Tanto as agências que oferecem tais atividades quanto os empresários que as compram estão sujeitos a penalidades.
– Se o presidente do escritório decidir que tal comportamento constitui infração às disposições, poderá instaurar processo e aplicar penalidades de até 10% aos empresários que praticarem tais atos. volume de negócios no ano anterior ao ano da decisão. Também podem ser ações brandas, ou seja, pedir aos empresários que interrompam tais atividades e, assim, encerrem o processo – enumera o advogado.
Em muitos casos, porém, as empresas ficam impunes, principalmente pela dificuldade de provar tal ato para elas. A instituição do cliente misterioso, frequentemente usada, por exemplo, no Ocidente, pode ser útil. Nos Estados Unidos, em um caso, o promotor se fez ar por um empresário que quer comprar comentários positivos, obteve ofertas e com elas também material de prova.
– O Presidente da UOKiK também poderia usar a instituição de um cliente secreto para coletar provas neste tipo de processo. Ele também teria muito trabalho navegando em sites poloneses – enfatiza Joanna Affre. – Sem dúvida, as ações de empresários desonestos deformam significativamente as decisões de compra de produtos ou serviços dos consumidores.
Quanto mais e mais clientes, antes de comprar um determinado produto ou utilizar os serviços de uma determinada empresa, primeiro se familiarizam com as opiniões sobre eles que são postadas pelos internautas.