O projeto de alteração da lei sobre a polícia vai aumentar a vigilância na Internet

O projeto de alteração da lei sobre a polícia vai aumentar a vigilância na Internet 1

O projeto de emenda foi submetido ao Sejm em 23 de dezembro. A emenda estipula que quase todos os serviços (exceto o serviço de alfândega) poderão usar o controle operacional com o consentimento do tribunal por até 18 meses. Atualmente, o período de inspeção pode durar três meses. Por sua vez, a Agência de Segurança Interna e o Serviço de Contrainteligência Militar, em casos justificados, devem ter o aos dados de telecomunicações por mais de um ano e meio, embora hoje só possam ser prorrogados por mais três meses.

O controle operacional abrange atividades de serviços como: escuta de conversas telefônicas, controle de correspondência tradicional e de e-mail e registro de pessoas envolvidas em atividades em salas particulares e meios de transporte. Sem a autorização do tribunal, será possível obter dados das operadoras de telecomunicações, por exemplo, faturas e localização de internautas que não cumpram o controle operacional.

Lei e Justiça explica que a emenda dá seguimento ao acórdão do Tribunal Constitucional de 2014, que decidiu que as disposições em vigor não garantiam o controlo da utilização dos dados de telecomunicações pelos serviços e ordenou a sua correção no prazo de 18 meses. No entanto, a Fundação Panoptykon afirma que o projeto não melhorará a situação atual. – O controle fictício das atividades dos serviços, o uso do faturamento em todos os casos e, mesmo para fins analíticos, a falta de proteção de segredos jurídicos – essas são as deficiências mais graves do projeto – apontam especialistas da Fundação.

– Com base nos dados de telecomunicações, você pode aprender muito sobre cada um de nós – com quem contatamos, onde, quando, com quem e por quanto tempo ficamos, você pode conhecer nossas rotinas. A utilização deste tipo de informação sobre os cidadãos é uma grave interferência no seu direito à privacidade, que é um dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição e pela Carta dos Direitos Fundamentais. Tal interferência é permitida apenas em casos excepcionais – adverte a Fundação Panoptykon.

Os especialistas da Fundação indicam que a adoção da emenda proposta pelos deputados do PiS pode levar o serviço a apresentar um relatório ao tribunal a cada seis meses, mas mesmo que sejam constatadas irregularidades, os dados não precisarão ser destruídos. – O projeto não prevê informar os cidadãos sobre o interesse dos serviços e não lhes dá a possibilidade de questionar essas atividades. As disposições propostas são incompatíveis não só com as orientações do Tribunal Constitucional, mas também com a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia. Ao revogar o chamado Na diretiva de retenção, o TJUE enfatizou que a regra deve ser que os serviços obtenham o consentimento do tribunal cada vez antes de buscarem dados de telecomunicações, observa a Fundação.

Vamos lembrá-lo que em meados de dezembro deste ano. O líder do Nowoczesna, Ryszard Petru, informou em entrevista à televisão que o governo do PiS quer introduzir vigilância na internet sob o ato antiterrorista. Naquela época, o Ministério do Interior e istração negou esses rumores em Wirtualnemedia.pl. Acrescente-se que a proposta de alteração à Lei da Polícia submetida ao Sejm é um projeto de deputado, pelo que o Ministério do Interior e da istração não participou na sua criação.