Durante o ano ado, os métodos de pagamento no Peru entre a população com Internet bancária (ABI) revelaram que no dia 22,7% dos peruanos pagam pelo celular e 11,5% usam aplicativos de pagamento ponto a ponto. Esses últimos números triplicam e quadruplicam, respectivamente, os números do ano anterior.
É uma das conclusões do IX Relatório de Tendências em Meios de Pagamento, recentemente apresentado pela Minsait Payments, empresa que reúne todos os produtos, soluções e serviços de meios de pagamento e mais 1.000 profissionais especializados da Minsait, empresa da Indra, aplicando um modelo que busca promover agilidade comercial e flexibilidade estratégica. Este estudo foi realizado em uma amostra de 400 peruanos pertencentes à População Adulta Bancada pela Internet (ABI), que corresponde ao segmento da população maior de 18 anos com o permanente à Internet e que contratou pelo menos um produto ou serviço com um banco ou instituição financeira.
O despertar do pagamento por smartphone
Dada a diminuição do uso de dinheiro, que no Peru registrou uma queda de 8,1 pontos percentuais, o smartphone como dispositivo de pagamento deixa de ter uma presença marginal nas transações mensais da população ABI, apresentando um crescimento significativo em um curto período de tempo.
Assim, no Peru, no intervalo de um ano, o uso de mobile payment nas lojas físicas triplicou, chegando a 22,7% Deve-se destacar que o percentual em 2018 mal foi 7,7% No caso da utilização de aplicativos móveis para pagamentos entre pessoas físicas, esse percentual quadruplicou, chegando a 11,5% Na frente de um 2,7% em 2018.
Peru e o resto dos países
Rafael Carrascoso, diretor comercial da Minsait Payments na América Latina, indica que o Peru tem sido o país nesta área que menos utiliza dinheiro mensalmente. Essa realidade pode ser apreciada quando se compara a frequência de uso da moeda física na população ABI dos países latino-americanos analisados no Relatório.
Da mesma forma, o especialista acrescenta que a menor utilização de dinheiro é complementada por uma maior utilização do pagamento móvel no comércio físico, que mostra crescimento em toda a América Latina. Argentina (36,5%) e México (30,0%), seguido pela Colômbia (24,9%) e Peru (22,7%).
O uso de aplicativos de pagamento entre pessoas físicas também aumentou em todos os países, latino-americanos ou não. Por sua vez, a Colômbia se destaca (24,4%), Espanha (22,9%) e a República Dominicana (18,1%), seguido por Portugal (17,2%), Chile (15,0%), México (12,9%) e Peru (11,5%).
No nível latino-americano, o pagamento inApp é o meio mais utilizado entre os usuários de dispositivos móveis. Esta forma de pagamento se dá através de aplicativos que algumas empresas possuem, que permitem entrar no cartão ou outro meio de pagamento, fazendo o pagamento direto do aplicativo sem ar pelo caixa. Para o método de pagamento inApp, o Peru registra 57,9%, apenas superado pelo México (61,7%) e a República Dominicana (72,0%).
Cenário com barreiras a serem superadas
A principal barreira para o uso de dispositivos móveis como meio de pagamento em lojas físicas é a desconfiança da população ABI peruana (31,6%). Essa barreira é acompanhada pela limitação de alguns estabelecimentos não oferecerem a opção de pagamento móvel (19,8%) e o fato de os usuários não considerarem necessário utilizá-lo (15,5%).
Estas são as três principais razões que a população ABI de todos os países pesquisados no Relatório encontram como limitantes, exceto Reino Unido e Espanha no que diz respeito aos estabelecimentos que não oferecem a opção de pagamento móvel, pois possuem percentuais mínimos de 1,8% e 4,6%, respectivamente.
No Peru, outra barreira é a falta de conexão permanente com a Internet no dispositivo móvel (11,2%), a percepção de que é complicado (7,5%), desconhecimento desta modalidade (7,0%), o pouco controle do usuário sobre os gastos (4,3%) e, por fim, que o dispositivo móvel não possui essa tecnologia (1,6%).
Apesar dessas barreiras, o Peru apresenta um cenário favorável para a entrada dos gigantes tecnológicos no setor financeiro, onde quase metade da população da ABI acredita que prestaria um serviço melhor e menos de 10% menciona que seu serviço seria pior. Na América Latina, essas barreiras refletem que o processo de integração dessa tecnologia na região ainda tem um longo caminho a percorrer.
O Minsait Payments Report contou com a colaboração de International Financial Analysts (AFI) e inclui as opiniões de mais de 45 executivos do setor bancário, bem como de mais de 4 mil pesquisas com a população bancada da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Peru e República Dominicana, na América Latina, e da Espanha, Portugal e Reino Unido, na Europa. Este último, país considerado referência no mercado. O relatório está disponível em https://mediosdepago.minsait.com/es.