Vazamentos expõem censura política do Facebook, o conteúdo é decidido pelos editores, não pelo algoritmo

Vazamentos expõem censura política do Facebook, o conteúdo é decidido pelos editores, não pelo algoritmo 1

Na terça-feira, surgiram informações de que Facebook na seleção de conteúdos apresentados aos usuários, bloqueia os de natureza conservadora. O site negou oficialmente que o algoritmo seja responsável pela seleção dos materiais mais populares, e não pelas simpatias políticas dos funcionários do Facebook.

As traduções do Facebook não foram muito convincentes, porque nos Estados Unidos há cada vez mais vozes exigindo uma investigação sobre o assunto, e uma das comissões do Senado norte-americano pretende pedir explicações oficiais ao site.

Humano, não um algoritmo
Para fortalecer sua posição e afastar alegações de parcialidade política Facebook ele tentou apresentar com precisão o método de seleção e publicação de materiais em sua plataforma.

No blog da empresa, Justin Osofsky, vice-presidente de operações globais do Facebook, explicou como trabalhar no conteúdo mais popular.

Segundo Osofsky, o principal elemento de seleção do conteúdo oferecido aos usuários é um algoritmo especialmente construído. Sua tarefa é selecionar os artigos, entradas ou vídeos que atualmente geram maior interesse na plataforma.

No entanto, nem tudo acontece automaticamente. Antes de um conteúdo específico ser publicado conforme proposto pelo Facebook, ele vai para a equipe editorial. No entanto, Osofsky explicou que o papel desses trabalhadores é apenas auxiliar e essencialmente técnico, e que eles trabalham de acordo com diretrizes precisas.

Contraditórios a essas informações são documentos internos do Facebook que vazaram da empresa e foram parar no The Guardian.

Os materiais retomados pelos jornalistas mostram que o papel dos editores trabalhando no conteúdo proposto aos usuários não se limita a controlar o algoritmo em questões técnicas.

Os funcionários do Facebook que trabalham em equipes de 12 pessoas 24 horas por dia têm ótimas oportunidades para decidir quais conteúdos serão disponibilizados para uma ampla gama de usuários do Facebok e quais serão bloqueados. Portanto, existe a probabilidade de que, por decisão dos editores, o alcance de alguns materiais seja limitado artificialmente.

Os documentos também mostram que a equipe de Trending Topics tem uma lista de fontes confiáveis ​​das quais são obtidos, em primeiro lugar, materiais para ampla divulgação. A lista dessas fontes inclui, entre outras BBC News, CNN, Fox News, The Guardian, NBC News, The New York Times, USA Today, The Wall Street Journal, The Washington Post e Yahoo News.

O Guardian observa que a lista acima mencionada é dominada pela mídia liberal, portanto, como resultado da própria definição da seleção de conteúdo, a presença de conteúdo definitivamente de direita no site pode ser mais fraca.

Mark Zuckerberg: Haverá uma investigação e conversas com a direita
As acusações de viés político do Facebook acabaram sendo tão sérias que Mark Zuckerberg, o chefe da empresa, se juntou ao caso.

Em seu perfil no Facebook, Zuckerberg explicou em uma entrada separada quais ações a empresa pretende tomar em relação à suspeita de censura de conteúdo.

– Construímos a plataforma Trending Topics para fornecer aos usuários o conteúdo mais importante, independentemente de sua natureza política ou ideológica – garantiu Zuckerberg. – No entanto, houve acusações de que nossos funcionários discriminam materiais conservadores. Ainda não há evidências disso. No entanto, você tem a minha palavra de que tomaremos todas as medidas adicionais para esclarecer completamente o assunto – enfatizou o chefe do Facebook.

Zuckerberg também anunciou que em breve se reunirá com os principais representantes das forças conservadoras nos EUA para explicar a política de informações do Facebook e aprender sobre possíveis objeções ao site.

Renda do Facebook no primeiro trimestre de 2016 foi de 5. US$ 38 bilhões e lucro líquido 10,51 bilhões de dólares. Na Polônia, o Facebook é visitado em média 6,9 milhões de internautas por dia.